sábado, 12 de setembro de 2009

PELA CULTURA, LIBERDADE, TRANSFORMAÇÃO E EMANCIPAÇÃO VOTAMOS CDU!

PELA CULTURA, LIBERDADE, TRANSFORMAÇÃO E EMANCIPAÇÃO VOTAMOS CDU!

É necessário e urgente romper com a política de desresponsabilização e asfixia financeira, de esvaziamento e secundarização da cultura.
No quadro da luta por uma democracia avançada, a luta e a construção de uma democracia cultural é função e factor das vertentes política, económica e social da democracia.
SEIS ORIENTAÇÕES
1ª O acesso generalizado das populações à fruição dos bens e das actividades culturais é o objectivo básico fundamental de qualquer política de democratização cultural.
2ª O apoio das diversas estruturas do Poder Central e do Poder Local ao desenvolvimento da criação, produção e difusão culturais, com a rejeição da sua subordinação a critérios mercantilistas e no respeito pela controvérsia e pela pluralidade das opções estéticas.
3ª A valorização da função social dos criadores e dos trabalhadores da área cultural e das suas estruturas e a melhoria constante da sua formação, condições de trabalho e estabilidade profissional.
4ª A defesa, o estudo, a preservação e a divulgação do património cultural nacional, regional e local, erudito e popular, tradicional ou actual, como forma de salvaguarda da identidade e da independência nacional.
5ª O intercâmbio com os outros povos da Europa e do mundo, a abertura aos grandes valores da cultura da humanidade e a sua apropriação crítica e criadora, o combate à colonização cultural e a promoção internacional da cultura e da língua portuguesas no plano internacional, no seio das comunidades portuguesas no estrangeiro, em estreita cooperação com os outros países e povos que usam o mesmo idioma.
6ª A democratização da cultura, entendida e praticada enquanto factor de emancipação. Social e individual, a emancipação supõe o enriquecimento das relações colectivas, o equilíbrio entre as relações de pertença e a aventura da criação, o reconhecimento da singularidade própria e da dignidade de cada um, uma consciência crescente da nossa posição na sociedade e no mundo.
DEZ MEDIDAS PRIORITÁRIAS
No quadro destas orientações fundamentais, e tendo em conta os aspectos fundamentais da política seguida pelo Governo Sócrates que é essencial corrigir e inverter, nós, escritores, artistas e demais trabalhadores da cultura subscrevemos o programa da CDU para a cultura, na convicção de que o processo da sua implantação será sempre realizado de forma não burocrática e participada.
1.O princípio do financiamento público da democratização da cultura deve no imediato levar a que o orçamento para a cultura represente 1% do OE e no fim da legislatura deverá conseguir-se que corresponda a 1% do PIB;
2.A reformulação da estrutura orgânica do MC, que lhe assegure condições humanas e técnicas para realizar uma política activa no plano da inventariação, defesa e preservação do património, no apoio à criação contemporânea, ao alargamento de públicos, à democratização do acesso à cultura;
3.Uma articulação de políticas entre MC, ME, MCES, de modo a potenciar os laços entre a educação e o ensino, a cultura artística e a cultura científica;
4.Uma política de efectivo apoio ao que deverão ser as componentes de um autêntico serviço público no plano da cultura, nomeadamente nas áreas do teatro, da música, da dança, do cinema, das artes plásticas e da expressão escrita;
5.A melhoria das condições de exercício, estabilidade profissional e protecção social para os criadores e artistas;
6.O fim da entrega de bens patrimoniais do Estado à gestão privada, ou da sua privatização;
7.Uma urgente reformulação da política relativa aos museus, assegurando as suas condições de funcionamento, de modernização das suas instalações, de preservação, dinamização e investigação dos seus acervos;
8.A construção de um sistema público de ensino artístico de qualidade, com dois objectivos fundamentais: a formação de profissionais e a generalização da cultura artística entre a população portuguesa;
9.Uma política de relacionamento cultural com todos os povos e culturas, resistindo ao afunilamento das relações culturais com os países dispondo das mais poderosas indústrias e mercados culturais;
10.Uma política de afirmação e promoção da língua e da cultura portuguesas, enquanto expressões livres das identidades, aspirações e criações do povo português. 

terça-feira, 1 de setembro de 2009

domingo, 9 de agosto de 2009

Promotoras de festivais vivem dias difíceis

Promotoras de festivais vivem dias difíceis

Luís Reis Pires
08/08/09 00:05

Prejuízos anuais elevados complicam situação financeira de empresas como a Everything Is New e Música no Coração.

Apesar da alegria reinante nos festivais de Verão, as empresas responsáveis pela sua organização não têm razões para sorrir. As duas maiores promotoras nacionais - a Everything is New e a Música no Coração -, aliadas a uma outra mais pequena - a In Music We Trust -, apresentaram em 2007 prejuízos de quase 1,3 milhões de euros. De resto, as dificuldades no sector não são exclusivas das grandes promotoras, alastrando também às de menor dimensão. De entre um conjunto de cinco das mais conhecidas promotoras de espectáculos, aliás, apenas duas apresentaram lucros em 2007: a Ritmos & Blues e a Smog. Em 2008, as dificuldades agravaram-se, com a Everything Is New, líder do sector, a acabar o ano com prejuízos de 518,6 mil euros e a Smog - uma promotora de muito menor dimensão - de 3,5 mil euros.


segunda-feira, 20 de julho de 2009

Petição Nº 538/X/4



Petição Nº 538/X/4
Solicitam o apoio efectivo às "bandas de garagem" e outras manifestações culturais, o reforço da verba do Estado para a cultura, a criação de uma rede nacional de espaços para a produção artística e medidas que apoiem e facilitem o acesso dos mais jovens à cultura.

Entrada na AR: 2008.11.19
N° de Assinaturas: 4005
Situação: Pendente
1° Peticionante: Juventude Comunista Portuguesa
Comissões a que baixou:
X - Comissão de Ética, Sociedade e Cultura
Distribuida em: 2008.11.26
Admissibilidade: Admitida em 2008.11.26

Relator: João Oliveira (PCP)
Nomeado em: 2008.11.26

Pedido de Informação a: Ministério da Cultura em 2009.02.19
Resposta em: 2009.03.19
Pedido de Informação a: Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social em 2009.02.19
Resposta em: 2009.04.03
Pedido de Informação a: Ministério da Educação em 2009.02.19
Resposta em: 2009.04.23
Pedido de Informação a: Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior em 2009.02.19
Pedido de Informação a: Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto em 2009.02.19
Data Relatório Final: 2009.07.01

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Novo DVD armazena dez mil vezes mais

Novo DVD armazena dez mil vezes mais, OJE de 22-05-2009

Discos ópticos de cinco dimensões com uma capacidade 10.000 vezes superior à dos actuais DVDs podem chegar ao mercado no prazo de 10 anos, revelaram investigadores baseados na Austrália. A equipa de cientistas da Swinburne University of Technology de Melbourne avançou que o segredo consiste na junção de nanopartículas e de uma dimensão de polarização à tecnologia já existente, o que possibilita o incremento extremo da capacidade de armazenamento sem necessidade de alterar o tamanho dos discos actuais. Os investigadores, que já assinaram um acordo com a Samsung Electronics, acrescentam que esta técnica inovadora lhes permitiu armazenar 1,6 terabytes de dados num único disco, antecipando o potencial de, no futuro, subirem esse valor até aos 10 terabytes.

domingo, 17 de maio de 2009

Analysis: Ticketmaster Surviving Without Live Nation But Other Issues Remain

Analysis: Ticketmaster Surviving Without Live Nation But Other Issues Remain
May 14, 2009 - Touring

By Glenn Peoples, Nashville

Ticketmaster’s Q1 2009 earnings release on Tuesday saw the company being impacted by the loss of Live Nation ticketing volume, the Bruce Springsteen ticketing fiasco in New Jersey and the proposed merger with Live Nation. Like many other companies in the entertainment world, Ticketmaster praises its long-term strategy of acquisitions, synergies and cost-cutting. And like many other entertainment companies attempting to lure cash-conscious consumers, Ticketmaster can point to middling results rather than clear-cut successes.

This was Ticketmaster’s first quarter since Live Nation contracts began to expire and the concert promotion giant began selling its own tickets in January. With the loss of Live Nation, Ticketmaster’s ticket volume was down 6% and the value of those tickets was down 7%. Those losses from Live Nation took away $8 million from Ticketmaster’s profits, which fell 78% to $7.2 million on $373.8 million in revenues (a 7% increase). The company said ticket value was down only 1% excluding Live Nation.

TicketsNow, Ticketmaster’s secondary ticketing service, has proved to be a problem child. A settlement with the Attorney General of New Jersey cost the company $350,000. Even worse are the effects of changes at TicketsNow that pulled $15 million in profits from the bottom line in Q1. As a part of the settlement, tickets cannot be posted to TicketsNow until primary tickets go on sale. In addition, customers will be informed about and provided a link to primary tickets at Ticketmaster.com if the event is not yet sold out. Those changes are good for consumers but will lower short term profits. The best long-term strategy, however, may be to acquiesce to government demands and forego further punishment and financial pain. In the context of a longer time frame, changes at TicketsNow are prudent.

Merger costs were also a big part of Q1 results, amounting to $6.5 million during the period. Ticketmaster said yesterday over half its bank lenders have approved the proposed merger with Live Nation. Both Live Nation and Ticketmaster believe their merger will be approved later this year. Recent statements by antitrust officials at the Department of Justice, however, give hints the merger will face far greater scrutiny than had it been pushed through during the previous administration.

With a traditionally slow Q1, the Artist Services division (via the merger with Front Line) contributed only $34.8 million of revenue and $4.4 million of EBITDA. This division will continue to be in flux will take some time to reach its potential as Front Line is re-shaped and fit into the larger, merged company. It continues to acquire smaller competitors -- Mick Management (John Mayer) in November 2008, for example, and Dale Morris (Kenny Chesney, Big & Rich) just recently.

The company has decided to move Echo, the online e-commerce and artist services company Ticketmaster acquired in March 2007, to Los Angeles. Judging from conversations with involved parties, the transition could easily be a drag on artist relationships and the division’s Q3 performance. There is a good chance the transition will cause lower levels of e-commerce, and the loss of employees means an absence of knowledge and relationships that Front Line will need to service the handful of Echo clients Ticketmaster will keep.

One bright spot was a resilient average revenue per ticket, which increased 1% in the domestic market as ticketing volume dropped 9%. Global ticketing volume was down 8%. The concerts segment was down 9%.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Corte de net para downloads ilegais votado a 12 de Junho

Corte de net para downloads ilegais votado a 12 de Junho
Ministros das comunicações vão decidir se estão ao lado do Parlamento Europeu ou não

Os ministros das telecomunicações da União Europeia vão reunir-se a 12 de Junho para decidirem se aceitam ou não o chumbo do Parlamento Europeu (PE) à proposta do presidente francês, Nicolas Sarkozy, que prevê o corte do acesso à Internet para quem fizer downloads ilegais, sem que seja necessária uma ordem judicial.

Caso os ministros não aceitem a decisão do Parlamento Europeu, a reforma da legislação sobre comunicações electrónicas será adiada para o Outono.

O Parlamento Europeu aprovou uma proposta que considera o acesso à internet um «direito fundamental», que apenas pode ser interrompido com a autorização de um juiz.

À Procura da Escala - cinco exercícios disciplinados sobre cultura contemporânea

À Procura da Escala - cinco exercícios disciplinados sobre cultura contemporânea
Pinto Ribeiro, António

Exercício 1. Há, de facto, modos diferentes de governar, inclusivamente na cultura

Exercício 2. A interculturalidade: propósitos e ambiguidades

Exercício 3. Europa-África. E vice-versa?

Exercício 4. À procura da escala

Exercício 5. Fragmentos de cidades
- A propósito de cidades perfeitas
- Um artista de rua
- Piscinas
- Hortas
- Desempregados
- Chá
- Quarto de hotel numa cidade árabe


sexta-feira, 8 de maio de 2009

Live Nation CEO Confident About Summer Touring Season

Live Nation CEO Confident About Summer Touring Season
May 07, 2009 - Touring

By Mitchell Peters, L.A.

Despite Live Nation's first-quarter loss of $102.7 million, due in part because of fewer music fans attending concerts in the North American market, the company's CEO Michael Rapino has assured investors that business will pick up this summer.

"Our first quarter results were in line with our expectations and reflect the season's slowest period of the year for us," Rapino said today (May 7) during a conference call with investors. "We have now entered the busiest season for concerts and top-line trends remain healthy."

Live Nation's first-quarter loss of $102.7 million compares with a loss of $37.2 million, or 50 cents per share, in the year-ago quarter, which had been bolstered by 42 cents per share of income from the sale of its North American theatrical business, motor sports division and a business related to producing and selling concert DVDs. See the full details of Live Nation's first-quarter results here.

Live Nation will have a busy summer in 2009, promoting international music festivals and tours for such artists as U2, Coldplay, Nickelback, Madonna and the Jonas Brothers, among many others. The live entertainment company is also developing strategies to stimulate ticket sales for concerts at the amphitheaters it owns or operates in North America.

"We're executing multiple promotions to provide low-cost tickets to fans in this tough economy," Rapino said. "This summer we have over three million lawn tickets priced under $30, and have expanded our four-pack to 70% of our shows. We're also running extensive price promotion with corporate partners such as Citi and 7-11, and working to expand the number of affiliate programs to drive ticket sales to our site."

The CEO also addressed dynamic ticket pricing for upcoming concerts. "In terms of dynamic pricing, I wouldn't say we've made a ton of headroom yet. I think that's still the low-hanging fruit that we have to get to," Rapino said. "We'll test some this summer, but by next year this will be an ongoing change on how we sell with all of the different options."

One of those tests will be the summer amphitheater tour by No Doubt, which begins later this month. "We priced the house very smartly, versus a traditional three-scale model," Rapino said of the tour. "And that's provided some great learning and increased revenue."

Rapino also addressed the status of Live Nation's proposed merger with Ticketmaster Entertainment, which is currently under review by the U.S. Department of Justice on whether the combined entities would be anti competitive.

"We're in the second review, as we've announced, which is just an extensive data collection, period," he said. "All indications we're getting from advisers is that fall is a very reasonable close and time period."

Additional reporting by Associated Press

sexta-feira, 24 de abril de 2009

DIFUSÃO DA MÚSICA PORTUGUESA EM PORTUGAL

DIFUSÃO DA MÚSICA PORTUGUESA EM PORTUGAL DIFUSÃO DA MÚSICA PORTUGUESA EM PORTUGAL Ricardo Dissertação sobre a Difusão da Música Portuguesa em Portugal realizada no âmbito do Mestrado de Comunicação, Cultura e TI do ISCTEObtida a classificação de Muito Bom por unanimidade, tendo como arguente do júri o Prof. Doutor João Teixeira Lopes

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Marxism and the Interpretation of Culture

Marxism and the Interpretation of Culture

  1. PROGRAMME FOR SUMMER TERM 2009

Friday 01 May
Edward Carpenter and the Socialist and Anarchist Movements of the late 19th and early 20th Centuries Sheila Rowbotham (University of Manchester)

Friday 15 May
The Cinema of John Sayles: From Billy Zane to Brecht and Bahktin, and back again Mark Bould (University of the West of England)
This seminar is in L103 in the Institute of Advanced Legal Studies, 17 Russell Square

Friday 29 May
Bourgeois Behaviours: Accumulation & Waste in 19th Century Newspaper Consumption Tom Gretton (University College London) This seminar will take place in NG15 in the North Block, Senate House

Friday 12 June
Jorg Immendorf’s Cafe Deutschland
Norbert Schneider (University of Karlsruhe)

All seminars start at 5.30pm, and are held in the Wolfson Room (unless otherwise indicated) at the Institute of Historical Research in Senate House, Malet St, London. The seminar closes at 7.30pm and retires to the bar.
Organisers: Matthew Beaumont, Warren Carter, Steve Edwards, Andrew Hemingway, Esther Leslie, & Frances Stracey.

For further information, contact Andrew Hemingway, at:
a.hemingway@ucl.ac.uk or Esther Leslie at: e.leslie@bbk.ac.uk

terça-feira, 7 de abril de 2009

THE 'FREE' DEBATE

THE 'FREE' DEBATE
Ad-supported music sites, file-sharing services
and a wealth of music posted online are
adding to the topic of "free" become a more common
talking point. As companies search for new
ways to monetize recorded music, expect free
music to be a common theme.
Chris Anderson, author of "The Long Tail,"
has a book on the topic coming out in July and
frequently posts about the concept of free at his
blog. "Free: The Future of a Radical Price"may
ignite interest - like Anderson's "The Long Tail"
- as well as fear in the music industry as people
ponder how to earn money if music is supposed
to be free.
Last February, Anderson's article on free for
Wired, "Free! Why $0.00 Is The Future Of Business,"
set the stage for much of today’s discourse.
"Once a marketing gimmick, free has
emerged as a full-fledged economy," he wrote.
"Offering free music proved successful for Radiohead,
Trent Reznor of Nine Inch Nails, and
a swarm of other bands on MySpace that grasped
the audience-building merits of zero."
But just as he did in "The Long Tail," Anderson
did not draw enough distinction between
marginal cost – which in the case of digital distribution
is zero – and average cost. When Anderson
writes that "the marginal cost of digital
information comes closer to nothing," what he
means is the marginal cost of distributing that
digital information. There are significant costs
in recording music. The cost of creating a brand
and inducing awareness, other considerations
Anderson understates, are both unavoidable
and considerable. An insignificant cost of creating
and distributing one more digital file does
not reflect the amount of investment to be recouped.
In theory, a company should set price equal
to marginal cost. Digital goods on the Internet,
though, are not akin to razorblades. In reality,
not all digital music can be priced at zero. The
information comes with real costs. Even if it
feels free (Nokia’s Comes With Music) it’s not
free.
But some digital music can be priced at zero.
Streams at MySpace are free to consumers.
Their value is promotional, not whatever scant
revenue share makes its way to the owner. Widgets
that stream an album can generate awareness
and, more importantly, harvest listeners'
email addresses.
Even some downloads can be free. Artists
may give away some downloads to raise awareness
and generate sales of the full release. Radiohead's
"In Rainbows" was given away for
tips, but its true value was the awareness it
raised; the album got an official digital and CD
release just a few months later. iTunes and Amazon.
com regularly give away free tracks and entire
label samplers.
Music industry blog Hypebot recently ran a
number of posts about how to use free music
to induce sales and build an artist. One post on
the subject was by Jim Mahoney of the American
Association of Independent Music. Mahoney
acknowledged the history of using free
music for promotional purposes, and he encouraged
artists and labels to use the strategy
wisely.
"Know why you’re offering your music for
free, get something tangible in return in terms
of special, unique, and focused attention (from
a select and limited group of partners who reach
your fans), and know your exit strategy (i.e. how
giving away your music is going to turn into real
profits) because the old model that says 'promotion
will result in sales' is now a fairy tale."
A post by The Orchard CEO Greg Scholl
touched upon the shortcomings of some free
models.
"The goal of the ad-supported services,
which make up the preponderance of new entrants
getting a lot of press lately, is to fill a
demonstrated market demand by giving consumers
a flexible, easy to use product that offers
good value. But, these services will only
survive if they find a way to do this while creating
new revenue streams that are accretive for
rights holders – just being something consumers
love is important, but not enough."
David Zaslav, CEO of Discovery Communications,
understands consumers want free content
but is trying to figure out if his company
will distribute either short-form or long-form
programming online. Suffice to say, Zaslav is
not just going to give it away. Quoted from a
post at paidContent:
"We don’t want to lose marketshare, but at
the same time, we don’t want to encourage free
content. Free didn’t work for newspapers. Free
didn’t work for the magazines. And it doesn’t
work for the broadcast companies. We have to
see how it develops. But ultimately, we all have
to follow the behavior of the consumer."
Before Anderson's "Free!" book comes out
in July, there is a conference in May called "The
Free! Summit." Anderson and TechDirt's Mike
Masnick are scheduled to speak.
—Glenn Peoples, Nashville

BUSINESS BRIEFS: YOUTUBE, ORIGAMI VINYL, TICKETSNOW AND MORE

- EMI has launched Your Soundcheck, "an exclusive
online research community of people with
a passion for music." It appears to be a continuation
of the mission to learn about consumer behavior
that was started with the consumer-facing
EMI.com. Hopeful registrants are taken through
a five-minute questionnaire. (Your registration
will be denied as soon as you indicate you work
in the music industry.) What will be learned from
Your Soundcheck that could not be gleaned from
the various Web sites of EMI artists, conversations
with technology partners or expensive market
research reports? Perhaps how valuable
consumers email addresses are to direct marketing.
(Your Soundcheck)

- A familiar refrain: digital site losing money,
artists demand better royalties. In this case, the
site is YouTube (estimated 2009 loss: $470 million)
and the artist is singer-songwriter Billy Bragg.
(Digital Music News)

- Echo Park in Los Angeles has a new record
store, Origami Vinyl. Vinyl-only stores are becoming
more commonplace. Sales continue to increase
and LPs offer better margins than do CDs.
For the first three months of 2009, vinyl sales are
up nearly 55% according to Nielsen Soundscan.
(LAist)

- David Harrell, who writes the excellent Digital
Audio Insider blog, was interviewed by Fingertips
about digital music, being an artist in the
Internet era, etc. An excerpt: "I'm not arguing that
musicians don't deserve a living wage, but it's a
simple fact that--and this is the case with any creative
field--you have more talented people than
the market for their collective talent can reasonably
support. And you've got more of them every
day, as it's easy for anyone to release music today,
even if it's just putting some songs up on My-
Space. The result is more and more competition,
not just for the dollars of music fans but for their
time and attention." (Fingertips)

- Regional Mexican artists are having success
with mobile phones. "In the Anglo market the
majority of digital sales take place online; in regional
Mexican music an estimated 85 percent of
digital music is purchased on cellphones." (New
York Times)

- MicroMu is a Chinese Web site that promotes
concerts by local independent artists and posts
live recordings that are free to consumers. The
artists get a share of the advertising revenue. (Beijing
Review)

- A broad coalition - some of its its members
usually sit on the same side of digital rights issues
- is urging President Obama to appoint "policymakers
who will protect new tools and new
artistic works" and create new positions at the
Patent and Trademark Office, the United States
Trade Representative and the Department of State.
The coalition includes the Electronic Frontier Federation,
Consumer Electronics Association, the
American Library Association, and the Wikimedia
Foundation. (Press release)

- Nearly half of Canadians polled by the Angus
Reid Global Monitor believe secondary ticketing
service TicketsNow should be closed because they
believe Ticketmaster is using the site to overcharge
fans. (Ticket News)
—Glenn Peoples, Nashville

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Direitos de Autor e Direitos Conexos - Em Defesa da Transparência e do Rigor

To: Assembleia da República

Os estabelecimentos comerciais de diversão nocturna – Bares, Discotecas, Restaurantes, Salas de Concerto e outros - que passam música e vídeos, sentem-se prejudicados pela forma como estão a ser exigidos e cobrados os valores das licenças impostas para a difusão Música e de Imagens, quer a título de Direitos de Autor, quer a título de Direitos Conexos.
Na verdade, apesar de tal matéria se encontrar prevista na lei, a grande maioria dos cidadãos não sabe:

1.
O pagamento dessas licenças é imposto por associações, isto é pessoas colectivas privadas – Sociedade Portuguesa de Autores ( S.P.A.) para os Direitos de Autor,AUDIOGEST e G.D.A. (vulgo PASSMÚSICA) para os Direitos Conexos – que não têm concorrência;

2.
Os valores cobrados são decididos por estas entidades, impondo esses valores de forma unilateral e sem qualquer controlo do Estado;

3.
Quando não lhes são pagos os valores que exigem sempre podem chamar as autoridades policiais pois, embora estejamos perante o incumprimento de um pagamento, é o único caso em que o não pagamento de uma licença a uma entidade privada dá pena de prisão até três anos cumulada com multa;

4.
A S.P.A. e a PASSMÚSICA ( AUDIOGESTE e G.D.A.), aproveitando que não têm concorrência, cobram licenças de forma indiscriminada, mesmo quando são difundidos Autores, intérpretes ou Editoras que não estão legitimados para representar;

5.
Cobram valores alegando a representação de artistas que permitem a distribuição e divulgação gratuita dos seus temas.

6.
Essas Entidades impõem valores exorbitantes esquecendo que, nos estabelecimentos comerciais de diversão nocturna e restauração, o benefício da passagem de música para os Autores, Editores, Produtores e intérpretes é igual ao benefício para esses espaços. Sem a existência desses espaços, as únicas músicas que o público português teria acesso são as que passam no “Top Mais”, programa da responsabilidade da Associação Fonográfica Portuguesa, entidade com a qual a Audiogeste partilha a sua sede, manietando a divulgação da cultura;

7.
Por outro lado, Artistas que nunca iriam ser conhecidos no nosso País – pois nem todos passam nas rádios por causa das Play-lists – têm a oportunidade de terem espaços onde a sua música é divulgada, o que permite concertos e venda de discos. Às Editoras mais pequenas - muitas das quais não são representadas pela PASSMÚSICA (AUDIOGEST e G.D.A.) - permite venda de discos. Os espaços utilizam música mas também a divulgam de forma mais ampla que as rádios e a televisão sendo idêntico o benefício para ambas as partes, nada recebendo os Estabelecimentos por essa difusão ao contrário das Rádios, Televisões, Jornais e Revistas.

8.
Quando os Estabelecimentos compram os temas estão, com essa compra e através do preço, a pagar uma parte para a S.P.A. e para as Editoras, produtores e Interpretes representados pela PASSMÚSICA (AUDIOGEST e G.D.A.). A cobrança das licenças de difusão é uma forma destas entidades se fazerem pagar duas vezes pelos mesmos Direitos.

9.
As tabelas são manifestamente exageradas para a realidade portuguesa com valores que são incomportáveis para a grande maioria dos Bares, Discotecas, Restaurantes entre outros, dando a ideia que, embora sejam associações sem fins lucrativos, visam essencialmente o lucro e não e apenas a Protecção de Direitos;

10.
Cobram licenças mesmo quando os estabelecimentos não estão a trabalhar. O pagamento de uma licença para divulgar um tema musical ou um vídeo é devido quando se exerce esse direito, ora em meses ou em dias em que o estabelecimento se encontra encerrado nada é devido. Essas entidades cobram abusivamente valores pelos quais não dão contrapartidas efectivas;

11.
Os critérios de pagamento são diferenciados e aleatórios: espaços com as mesmas características, no mesmo período e nas mesmas condições pagam valores diferentes e que não são os que constam das tabelas.

12.
A S.P.A. e a PASSMÚSICA (AUDIOGEST e G.D.A.) não têm uma base de dados com os artistas e com os temas que estão legal e devidamente autorizados para representar. Cobram elevadas quantias e não comprovam antecipadamente quem é que representam. Nos seus sites preocupam-se em mostrar as suas tabelas de preços mas não permitem que haja transparência, nem liberdade de escolha. Deveria ser permitido que os Estabelecimentos comerciais de diversão nocturna possam optar em passar Artistas ou Autores representados por estas entidades ou divulgar outros que não acreditam ser beneficiados porque nunca receberam nada das mesmas optando por não cobrar pela divulgação da sua música. Não é legítimo, nem lícito uma entidade fazer-se cobrar direitos em nome de quem não representa apenas porque alega representar grande parte do mercado. Existem Autores, Artistas e Editoras que nunca receberam nada da S.P.A. e da PASSMÚSICA e, ainda assim, estas não deixam de cobrar em seu nome.

É, pois, pelos motivos expostos, que os abaixo-assinados, cidadãos inconformados com estas realidades, aqui manifestam o seu descontentamento e apelam à clarificação e regulamentação da lei que prevê os direitos conexos ao direito de autor.

Em nome do rigor, da transparência e da Cultura!

Sincerely,

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Optimus Discos edita e promove música nova portuguesa

Optimus Discos
Optimus Discos

Na sequência dos novos desafios colocados à indústria musical, que levaram à procura incessante de formas alternativas de colocar música no mercado, surge uma das primeiras respostas com carimbo nacional. A Optimus Discos é um projecto Optimus que conta com o apoio do radialista e divulgador Henrique Amaro e, segundo o próprio, «surgiu motivada pela vontade de criar uma nova solução de editar e divulgar a música que uma geração de músicos vai produzindo no Portugal contemporâneo». Amaro acrescenta também que «colocar a disponibilidade e investimento de uma corporação como a Optimus aliada ao poder criativo dos músicos» esteve na base do projecto.

Denominada como «plataforma que viabiliza edições», a Optimus Discos coloca simultaneamente à disposição do público uma colecção de, numa primeira fase, seis EPs que serão disponibilizados em formato físico e, gratuitamente, em formato digital (o site da editora tem porta de entrada em www.musica.optimus.pt). «A ideia do gratuito é sinónimo de aceitação. Contraria a pirataria, cria novos públicos, desperta entusiasmo e não dificultao conhecimento da obra por motivos económicos ou culturais». O facto de os EPs chegarem também às lojas em formato físico (edição limitada a 500 exemplares) não entra em conflito com o produto digital, dado que «A música dirige-se a públicos com hábitos distintos e se uns cresceram e se formaram a ouvir vinil, outros nem sabem do que se trata. Existe uma realidade digital centrada numa geração recente e uma outra que ainda promove uma ligação próxima ao objecto».

Uma das grandes diferenças entre a Optimus Discos e as editoras fonográficas tradicionais prende-se com o facto de «a única ligação das bandas à Optimus Discos [existir] através do licenciamento das obras para download gratuito por um período de tempo. Nada mais. A obra e o futuro editorial pertencem a cada um dos artistas», esclarece Amaro. E como foi feita, então, a selecção dos projectos que contarão com a chancela Optimus Discos? «Através do conhecimento que tinha de alguns discos que não tinham solução editorial e de contactos que me fizeram chegar a outros. Não temos uma linha editorial específica e não promovemos limites de género».

The Bombazines
The Bombazines
Marta Ren (Sloppy Joe) e Rui Silva «Gon» (Zen, Mata Tu Patrón, Hiena) são as vozes de um projecto que aposta num cruzamento actualizado entre a soul/funk feita nas décadas de 60 e 70 e a exuberância dos 80s e 90s dos Happy Mondays e Primal Scream. A acompanhá-los, estão Miguel Barros (Zen, Hiena), Eurico Amorim (Mesa, Supernada) e Nuno Mendes (Bandemónio, Lucky Stereo).

Madame Godard
Aurora
Há onze anos conseguiram alcançar um honroso segundo lugar no concurso Termómetro Unplugged e depois de muitos anos de estrada – passaram por importantes palcos nacionais como os dos festivais Paredes de Coura e Vilar de Mouros – os Madame Godard gravam finalmente o seu eclectismo em disco: chama-se Aurora.

Tiguana Bibles
Child of the Moon
Os Tiguana Bibles são três amigos de longa data. As referências são as melhores – passaram pelas formações dos Tédio Boys, Parkinsons, Bunnyranch e Ruby Ann and the Boppin’ Boozers – e registam agora aquilo que andaram a congeminar com «a voz feminina mais docemente açucarada de sempre».

The Pragmatic
Circles
No início, eram um duo baseado em St. Louis (nos Estados Unidos) mas rapidamente passaram a quinteto. Os Pragmatic, que contam com a presença do português André Anjos nos sintetizadores, oferecem no EP Circles uma mistura de música séria com sons absurdos, baseada fortemente em sintetizadores analógicos.

Tó Trips + Tiago Gomes
Vi-os Desaparecer na Noite
Tó Trips (guitarrista dos Dead Combo) e Tiago Gomes (poeta, letrista de projectos como A Naifa e Linha da Frente), juntaram-se para celebrar Jack Kerouac e a sua obra-prima Pela Estrada Fora. O espectáculo apresentado ao vivo, com vídeo de Raquel Castro, chega agora em formato disco.

DJ Ride
Beat Journey
É um dos maiores valores do hip-hop nacional e um exímio domador dos pratos. O DJ e produtor Ride leva a sua aventura individual mais longe e embarca numa Beat Journey, depois de ter trabalhado com nomes como Rocky Marsiano, Sagas, Micro Audio Waves, Coldfinger, Slimmy ou Cool Hipnoise.

INFO
A edição dos dois formatos (físico e digital) é simultânea: Abril é o mês dos primeiros 6 EPs. A distribuição estará a cargo da Compact Records.

O trabalho gráfico dos EPs, num espírito semelhante à serigrafia, será dirigido por Tó Trips (Dead Combo).

As versões digitais dos EPs estarão disponíveis para download gratuito durante um ano em www.musica.optimus.pt

Os 6 EPs serão vendidos também em formato físico (CD), limitado a 500 exemplares, exclusivamente nas lojas Fnac, ao preço de €4,95.


Mário Rui Vieira

sexta-feira, 20 de março de 2009

European broadcasters face political ‘counter-reformation’

Media News - Friday, March 20, 2009

European broadcasters face political ‘counter-reformation’

Broadcasting across Europe, particularly in the east but also in Italy, is undergoing a 'counter-reformation' - a backsliding towards overt political control after the post-Cold War period, when leaders relaxed their grip on TV and radio, warns a new report. In a survey of the European broadcasting landscape presented in Brussels on Wednesday, the Open Society Institute found that many public broadcasters are heading into the economic crisis deeply underfunded and unable to meet public service requirements, while political elites are returning to appointing partisan allies to key positions, secure in the knowledge that no penalties from the EU await them for doing so. 'Professionals are being replaced by loyal mediocrities,' the document says, adding that the politicisation and lack of funds are undermining quality cultural content and critical journalism. 'You could call it a sort of 'counter-reformation',' said Mark Thompson of the Open Society Foundation Media Programme when presenting the report. 'Why refrain from exercising political control over these very important institutions when there are no penalties?' The European Commission comes in for criticism for not holding new EU member states to account after promises concerning media freedom were made ahead of accession. The re-politicisation of public service media is clearest in Poland, Romania and Slovakia, the report says, but is also evident in Lithuania and elsewhere. But eastern Europe - both EU member states and beyond - is not alone in the report's gallery of rogues. The situation of broadcasting in Italy is also condemned as 'a dark farce.' (EU Observer)

sábado, 14 de março de 2009

GESTÃO E COMUNICAÇÃO CULTURAL - SEMINÁRIOS POR TONI PUIG

Nos dias 5 e 7 de Maio de 2009, no Auditório do Padrão dos Descobrimentos (Lisboa), Toni Puig vai realizar dois seminários sobre Gestão e Comunicação Cultural, numa organização da Academia de Produtores Culturais.

Em entrevista recente concedida a Rui Matoso, Puig disse:

  • Toda a cultura, toda a programação cultural, cujo objectivo não esteja ancorada no contexto concreto das cidades concretas (reais) e na melhoria das condições de vida intelectual dos cidadãos, não é cultura, é espectáculo! Eu sou um grande defensor dos espectáculos, claro! Precisamos de espectáculos de qualidade, no tipo de vida que levamos precisamos de distracções. Mas, de modo lato diria que tudo o que promove o pensamento é cultura, e tudo o que nos distrai é espectáculo, diversão. Precisamos das duas coisas obviamente.
E explicou ainda:

  • Eu comecei por trabalhar em Barcelona com os temas da animação sociocultural, que significa trabalhar com as pessoas e implicá-las nos processos. Depois chegou a era da gestão cultural, e acharam que tudo aquilo era muito popular, onde havia muita gente popular e anónima. Isso não lhes interessava, por isso sucumbiram ao glamour da gestão cultural. Criaram equipamentos, e muito bem, mas agora estão aborrecidos, sem dinheiro, sem saber o que fazer, pois já programaram de tudo. A gestão cultural funcionou sempre como distribuição de produtos e um difusor de artistas e de actividades, nunca colocou a tónica no pensamento. São cadeias de distribuição comercial de produtos que provoquem resultados imediatos, económicos ou mediáticos. Por isso, não colocam o assento na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.
O principal objectivo dos seminários com Toni Puig é fornecer abordagens teóricas e práticas úteis, eficazes e críticas quanto à produção e práticas culturais contemporâneas a responsáveis por equipamentos culturais (produtores, directores ou programadores) do sector público e privado e organizações socioculturais do terceiro sector. Toni Puig é conhecido pelo seu pensamento crítico humanista sobre as metodologias da gestão cultural, casos do Marketing e da Comunicação Cultural. A iniciativa conta com o apoio da EGEAC/Padrão dos Descobrimentos e a parceria institucional da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (Mestrado em Práticas Culturais para Municípios).

sexta-feira, 13 de março de 2009

Mega-aliança entre editoras e fabricantes quer acabar com `downloads` ilegais

Mega-aliança entre editoras e fabricantes quer acabar com `downloads` ilegais
publicado 14:04 13 Março '09


Lisboa, 13 Mar (Lusa) - Os downloads ilegais de músicas da Internet têm os dias contados, após uma mega-aliança entre as quatro maiores editoras discográficas e os fabricantes de equipamentos e software que visa a criação de códigos de barras para música digital.


A mega-aliança entre as discográficas Sony, EMI, Universal e Warner e os fabricantes de equipamentos e software - Nokia, Apple, Microsoft e Google - visa a criação de um padrão através de um código de barras para as músicas que são descarregadas legalmente da Internet, de forma a impedir os downloads ilegais, divulga hoje o jornal espanhol Expansión.

Segundo o diário, mais de 30 grandes empresas com interesses no negócio da música digital e integradas na organização não lucrativa Digital Data Exchange (DDEX) começaram a implantar um "único conjunto de mensagens estandardizadas para a comunicação de informação entre as organizações que operam na cadeia de valor dos conteúdos digitais".

O mesmo jornal explica que cada música terá uma "chave complexa de 30 números, semelhante à dos códigos de barras dos produtos alimentares".

Em declarações ao jornal, um responsável da Telefónica Servicios de Música explica que com esta informação estandardizada, todos os agentes do sector terão informação "precisa", sobre a origem, o momento e a forma com se descarrega uma música em todo o mundo.

Isto significa que os operadores poderão cobrar as músicas que os seus clientes descarregam, os gestores dos direitos saberão quantas vezes são ouvidas e os produtores de conteúdos conseguirão controlar em cada momento o uso dos produtos que comercializam.

A padronização dos downloads de músicas é considerada crucial para o desenvolvimento deste tipo de negócio, que representa apenas 5 por cento do total das músicas descarregadas diariamente da Internet.

O sistema de identificação que as empresas estão a desenvolver com a supervisão da DDEX prevê ainda que um conteúdo seja ouvido num dispositivo, mas não pode ser exportado para outros dispositivos.

JMG

quarta-feira, 11 de março de 2009

spectru117 BOLETIM MENSAL DA ANACOM

spectru117 BOLETIM MENSAL

SIC vende editora discográfica por um euro

Tinha pago 2 milhões em 2007
SIC vende editora discográfica por um euro
A Impresa anunciou hoje que a SIC chegou a acordo para alienar a sua editora discográfica, a iPlay, pelo valor de um euro. Este negócio surge depois de em 2007 a estação de televisão ter pago dois milhões de euros por esta companhia, que anteriormente era denominada por Som Livre.

A Impresa anunciou hoje que a SIC chegou a acordo para alienar a sua editora discográfica, a iPlay, pelo valor de um euro. Este negócio surge depois de em 2007 a estação de televisão ter pago dois milhões de euros por esta companhia, que anteriormente era denominada por Som Livre.

No âmbito do acordo, a estação de televisão licenciou em exclusivo à empresa que adquiriu a antiga Som Livre os produtos fonográficos e ou videográficos sobre os quais tenha direitos ou sejam por si licenciados.

Num comunicado, a Impresa adiantou esta tarde que a SIC chegou a acordo com as entidades Fantasy Day e Lemon, com vista à venda da totalidade do capital da iPlay, pelo valor de um euro.

Na mesma fonte, a Impresa revela que celebrou uma parceria com Lemon/Fantasy Day, na qual licencia em exclusivo a estas empresas, “pelo período de 4 anos, os produtos fonográficos e ou videográficos sobre os quais a SIC tenha direitos ou sejam por si licenciados.”

A iPlay foi adquirida no ano de 2007 aos brasileiros da Globo pela SIC, que detém a totalidade do seu capital social. Na altura do anúncio do acordo, em Outubro de 2006, a Impresa comunicou ter pago 2 milhões de euros por este activo.

Além disso, o acordo previa o pagamento adicional de 1,5 milhões de euros, “se vier a ser alcançado um acordo entre a SIC e o Grupo Globo relativamente à prorrogação, para além de Setembro de 2009, da vigência de um contrato actualmente existente, relativo ao licenciamento de direitos de programação”.

domingo, 8 de março de 2009

Does file sharing reduce music CD sales?: A case of Japan

Does file sharing reduce music CD sales?: A case of Japan

Indústria cultural portuguesa quer cortar Net a piratas

Indústria cultural portuguesa quer cortar Net a piratas
A ideia partiu da Associação para a Gestão da Cópia Privada (AGECOP) e já foi encaminhada para o Governo: os produtores de música e vídeo propõem o corte da Net aos piratas.
A AGECOP pretende criar um movimento que leve o Governo a punir quem recorre à cópia ilegal de música, vídeos e livros através da Internet.

«As indústrias culturais não sobreviverão se não se tomar uma atitude. Já temos um quadro legislativo que proíbe downloads ilegais, mas não há aplicação no terreno», refere Tozé Brito, produtor de música e responsável da AGECOP, inquirido pelo Público.

Tozé Brito lembra ainda que França e Irlanda já começaram a implementar o corte de acessos à Net como punição para quem descarrega ou distribui ficheiros piratas na Internet.

A proposta da AGECOP deverá ser analisada hoje durante uma acção de formação na Universidade Nova de Lisboa.

terça-feira, 3 de março de 2009

Sobre a Indústria Musical

Remaining Virgin Megastores To Close, VEGNA To Liquidate
The planned closures of the Virgin Megastores in Times Square and Union Square in New York City and the Market Street store in San Francisco are the beginning of the final wind-down of the Virgin Entertainment Group North America.

Live Nation Posts Q4 Net Loss
Live Nation, which last month announced plans to merge with Ticketmaster Entertainment, has reported a fourth-quarter net loss of $337.5 million or $4.33 per share, compared to a loss of $18.4 million or 25 center per share, during the same period last year.

from Billboard.biz

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Workshop A Indústria da Música em Portugal na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa

O Instituto de Etnomusicologia - Centro de Estudos de Música e Dança e o IASPM Portugal convida V. Exa. a assistir ao Workshop A Indústria da Música em Portugal na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Orador Principal
Tózé Brito

Programa
(11h-13h)

Sessão1: 6 de Março
Produção Musical – elementos constitutivos e conceitos
Convidado – Rui Costa

Sessão2: 20 de Março
Editora Fonográfica: Orgânica;
A&R – Da contratação à gravação
Convidado – David Ferreira

Sessão3: 3 de Abril
História da Indústria Fonográfica e Novos Desafios
Convidado – Paulo Ferreira

Sessão4: 17 de Abril
Direitos de Autor e Conexos
Contratos, Licenças, Agenciamento e Management
Convidado – Eduardo Simões

Sessão5: 22 de Maio
Noções gerais sobre produção de espectáculos
Convidado – Luís Montez

Sessão6: 5 de Junho
Promoção nos Media e na Internet
Convidado – Paulo Sardinha

Contactos
workshopindustriadamusica@gmail.com
http://www. fcsh. unl. pt/inet
Avenida de Berna, 26-C Lisboa
tel. +351 21 790 83 00

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Portugal é o terceiro país da Europa nas redes sociais

Portugal é o terceiro país da Europa nas redes sociais


PAULA BRITO
Internet. Seja por razões profissionais ou de lazer, a verdade é que a adesão dos portugueses às redes sociais coloca o nosso país no 3.º posto no 'ranking' europeu de utilizadores, segundo a comScore, enquanto a Marktest contabiliza 2,5 milhões de adeptos em 2008, com o Hi5 no topo das preferências

2,5 milhões de portugueses acederam

Na Europa, Portugal aparece em terceiro lugar na utilização das redes de relacionamento social, na Internet. À sua frente está o Reino Unido e a Espanha, refere um relatório da comScore, que revela ainda que, em Portugal, 72,9% dos utilizadores de Internet com mais de 15 anos e que acedem ao computador a partir do lar, visitou, em Dezembro de 2008, um site de relacionamento social.

Embora distinta, uma outra fonte, a Marktest, contabilizou o número de portugueses residentes no continente, com quatro e mais anos, que acederam, em 2008, a estas comunidades virtuais quando navegavam na Internet: 2,5 milhões, ou 84,4% dos internautas nacionais.

De acordo com a ferramenta da Marktest, Netpanel, foram visitadas cerca de 7 mil milhões de páginas destes sites, uma média de 2741 por utilizador. No total, foram dedicadas 40 milhões de horas às comunidades virtuais, uma média de 15 horas e 40 minutos por utilizador. Números que mostram que as comunidades virtuais foram responsáveis por 18,7% do total de páginas visitadas pelos portugueses na Internet durante o ano de 2008 e por 11,4% do tempo dedicado a este meio.

Março foi o mês que teve mais visitas a estas comunidades, com 1635 utilizadores únicos, 742 milhões de páginas e 4 milhões de horas.

O Hi5 é líder destacado ao ser responsável por 87% do tempo total dedicado a estes sites .

Mas os portugueses têm vindo a aderir a outras redes, nomeadamente ao Facebook, Twitter, MySpace, Orkut, Linkedin, entre muitos outros, que o DN deu recentemente contra através de reportagem "Redes que unem", publicada na edição de 14 de Fevereiro e disponível na Internet em http/dn.sapo.pt/2009/02/14/centrais/as_redes_nos_unem.html).

O que os move?

Com um público maioritariamente jovem, estas redes começam a ter uma adesão cada vez maior de políticos, jornalistas, criativos da publicidade, profissionais liberais...

Na mesma reportagem do DN, as motivações eram diversas, mas uma análise da empresa de referência na Internet eMarketer tipificou, nos Estados Unidos, as razões que levam os utilizadores deste meio a aceder a redes sociais. Além de motivos profissionais, o convívio ou contacto com os amigos, querendo, eventualmente, pertencer àquela espécie de "tribo", ganha de longe.

Voltando à análise da comScore, esta refere que o Reino Unido lidera o ranking da utilização das redes sociais, com 79,8%, seguido de Espanha, com 73,7%. Abaixo de Portugal, segue-se a Dinamarca com 69,7%, Itália com 69,3%, Bélgica com 68,2% e a Alemanha com 67,3%. Na base da tabela estão: Holanda (63%), Noruega (58,9%) e Áustria (49,7%).

No total, a taxa de penetração das redes sociais na Europa é de 74,6% ou 282 milhões de pessoas maiores de 15 anos com computador em casa, tendo 211 milhões acedido, em Dezembro, a um site de relacionamento social.
http://dn.sapo.pt/2009/02/22/media/portugal_terceiro_pais_europa_redes_.html#

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Summary of research on netlabels

Summary of research on netlabels (por Patryk Galuszka)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Crise não assusta o mercado da música ao vivo

Crise não assusta o mercado da música ao vivo


LUÍS FILIPE RODRIGUES
PAULO SPRANGER
Concertos. A recessão ainda não atingiu as grandes empresas que organizam espectáculos, como a Everything Is New ou a Ritmos e Blues. Para já, os agentes de média dimensão são os mais afectados As principais promotoras nacionais de espectáculos estão confiantes. A maior parte dos agentes contactados pelo DN acredita que a crise económica global não vai atingir as indústrias culturais. "Todos os indicadores levam a acreditar que a crise económica não irá afectar o mercado nacional de concertos", disse Nuno Braamcamp, responsável pela Ritmos e Blues Produções, em declarações ao DN.

"A população em geral continua a apostar forte na cultura, não cedendo à crise que se instalou em quase todos os quadrantes nacionais e internacionais", diz. Álvaro Covões, que controla a Everything Is New, concorda com estas posições, considerando que os concertos já são um bem essencial. "Hoje, os bens culturais já fazem parte do cabaz básico de muitos portugueses", diz. "Não é a primeira coisa em que as pessoas cortam". Em suma, "ainda não se sente o fantasma da crise no mundo dos espectáculos".

Contudo, algumas promotoras e salas de concertos de média dimensão consideram que os efeitos da crise já começam sentir-se em Portugal. "Vimos a sentir isso desde Outubro," afirma Ricardo Simões, da promotora Smog. Na sua opinião, não é só a nível das vendas de bilhetes que se sente os efeitos deste clima económico adverso, que se traduz ainda numa redução do financiamento público. "O que sustenta as pequenas e médias produtoras são as câmaras, que em ano de eleições estão a fazer um corte de 30%. [Autarquias] que no ano passado pagavam dez mil euros por um artista estão a pagar seis mil. Quem pagava seis mil, paga quatro mil". Arrisca por isso prever que "só vão resistir os grandes [promotores] e os muito pequenos, porque os médios estão a desaparecer".

A opinião de Gonçalo Riscado, um dos sócios do Musicbox, também vai ao encontro desta posição. "O decréscimo de público foi sentido por muitos promotores ao longo do ano que passou, afectando inclusive grandes festivais de referência", lembrou. "Em termos de investimento público, como é usual, o sector cultural é sempre o primeiro a sofrer em tempos de crise. Salvar-se-ão, como também já é habitual, alguns projectos mais comerciais que, em ano de muitas eleições, deverão ter no sector público boas fontes de receitas".

Alexandre Barbosa, administrador delegado do Pavilhão Atlântico, lembrou que o espaço do Parque das Nações "conta neste momento com uma agenda robusta de espectáculos". Sabe porém que "pode haver uma maior tendência para arriscar e investir menos, nomeadamente por parte dos players de menor dimensão".

Contudo, "poderá eventualmente dar-se alguma transferência da despesa em lazer por parte do consumidor, nomeadamente com o facto de alguma retracção do consumo em turismo ou bens supérfluos poder ser compensada com uma maior permanência no País e maior disponibilidade (mesmo financeira) para assistir a espectáculos".

"Não há vontade de gastar dinheiro em grandes aventuras, é mais fácil ir a concertos e ao cinema", concorda Sérgio Hydalgo, da Galeria Zé dos Bois, que ainda não começou a sentir os efeitos desta recessão. Socorre-se também da história, lembrando como as indústrias culturais resistiram à Grande Depressão norte-americana, nos anos 30. "Nessa altura, os teatros não sofreram. Pelo contrário, foram um balão de oxigénio para as populações."|

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Report: Live Nation, Ticketmaster Close To Merger

Report: Live Nation, Ticketmaster Close To Merger
February 03, 2009 - Touring

By Billboard Staff

Ticketmaster Entertainment and Live Nation -- two of the most powerful companies in the music business -- could be merging as soon as next week, according to a report in the Wall Street Journal.

The announcement arrives on the heels of Live Nation, the world's largest concert promoter, launching its own ticketing company last month.

The boards of each company have not yet approved a deal and a merger would require review by antitrust authorities, according to the paper, which cited unnamed people familiar with the situation.

It was not clear which company would be acquiring the other, but the new company would be reportedly be called Live Nation Ticketmaster. The deal would not involve any cash transfer.

Details about the structure of the new company have not been set in stone, and it was unclear what titles would be held by Ticketmaster CEO Irving Azoff and Live Nation CEO Michael Rapino, according to the Journal. But it was expected that both executives would remain at the new company.

The merger of Live Nation with Ticketmaster Entertainment would bring together the largest concert promoter with the most powerful ticketing and management firm.

Last year, Ticketmaster acquired Front Line Management, which has a roster of more than 200 acts, including the Eagles, Neil Diamond and Christina Aguilera, among many others. In January, the bulk of Live Nation’s 10-year contract with Ticketmaster expired and the company launched an in-house ticketing company.

Representatives for Live Nation or Ticketmaster responded to the report, saying the companies do not comment on rumors or speculations.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Obama pode criar órgão público para a cultura

Obama pode criar órgão público para a cultura
30 de Janeiro de 2009 by Redação


Com a redução de investimentos em produções artísticas nos EUA, setor cultural cobra do novo governo a criação de um cargo equivalente ao de ministro da Cultura.

Como em muitos países, a crise financeira já começa a atingir o setor cultural norte-americano. Segundo matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, em média, as doações a fundações culturais tiveram queda de 30% a 35% em 2008 na comparação com 2007. Os cálculos foram divulgados pela consultora da Rockefeller Philanthropy Advisors, Melissa Berman, que declarou na mesma matéria: “As [fundações culturais] que tinham fundos investidos com Bernie Madoff simplesmente desapareceram”.

Com essa queda, sofrem desde museus, que realizaram cortes entre 5% e 20%, de acordo com levantamento do “Art Newspaper” nos 50 maiores, até orquestras e óperas, como por exemplo, a Metropolitan Opera de Nova York, que eliminou 10% dos salários; a de Los Angeles reduziu 25% dos gastos; e a de San Francisco diminuiu o número de apresentações.

Até as áreas consideradas “à prova de recessão” registram os primeiros golpes, como Hollywood, que viu a bilheteria nos EUA e no Canadá cair de 1.4 bilhão de ingressos vendidos em 2007 para 1,36 bilhão em 2008, e a Broadway.

Neste cenário, a classe artística norte-americana se empenha em um projeto de criação de um cargo equivalente ao de ministro da Cultura, isto é, um “czar da cultura”, responsável pelo setor com acesso direto ao presidente, inexistente na atual estrutura do Executivo dos EUA. O mais próximo seria o presidente do National Endowment for the Arts (NEA), fundo federal de apoio às artes com orçamento anual de US$ 145 milhões (ou R$ 333 milhões) - o do MinC brasileiro é de R$ 1,35 bilhão. O posto é político, e o sucessor do indicado por George W. Bush ainda não foi anunciado pelo democrata.

Além da missão de cuidar de assuntos como incluir, no pacote de estímulo econômico de US$ 825 bilhões do governo, uma fatia para a cultura, o “czar da cultura” defenderá os representantes de um setor que responde por cerca de 6 milhões de empregos e injeta US$ 167 bilhões na economia dos EUA todos os anos, segundo números do grupo de lobby Americans for the Arts.

Abaixo-assinado
O principal defensor do novo cargo é o músico Quincy Jones, que levou abaixo-assinado com 200 mil nomes ao novo presidente no dia da posse. A idéia foi vista com simpatia pela Casa Branca, e uma decisão deve sair nas próximas três semanas.

O pedido de Jones ganhou o apoio de William Ivey, ex-presidente do NEA, que coordenou a área de cultura do governo de transição e avaliou que houve um descuido do setor nos oito anos de Bush. “Se a tarefa [de recuperação] requer a consideração de uma nova agência governamental - um departamento de assuntos culturais com nível ministerial-, que seja”, declarou ele.

* Com informações do jornal Folha de S. Paulo – Sérgio Dávila.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Entidades culturais e partidos juntam-se em coro de protestos contra ministro da Cultura

Primeiro ano de José Pinto Ribeiro na tutela
Entidades culturais e partidos juntam-se em coro de protestos contra ministro da Cultura
30.01.2009 - 12h20 Lusa

Falta de diálogo, falta de políticas para os vários sectores e desinvestimento são algumas das críticas que várias entidades culturais e partidos políticos, ouvidos pela agência Lusa, lançam ao ministro da Cultura José Pinto Ribeiro, quando se completa o primeiro ano de actividade à frente da tutela.

O presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), Rui Beja, lamenta a "ausência de contacto" com o ministro a quem solicitou uma audiência em Agosto. "Solicitámos um reunião a 1 de Agosto ao senhor ministro, a 13 responderam-nos que reuniríamos logo que possível, e até hoje", disse à Lusa Rui Beja.

Os editores e livreiros querem alguns esclarecimentos do ministro, nomeadamente quando passa "a vigorar de facto" o Acordo Ortográfico. Esta informação é considerada essencial, designadamente para a área do livro escolar.

Rui Beja afirmou que a "APEL está disposta a cooperar, mas para isso tem de conhecer as perspectivas do ministro".

João Neto, presidente da Associação Portuguesa de Museologia (APOM) considerou também que "continua a faltar uma política estruturada" para o sector dos museus em Portugal, apesar do empenho demonstrado no último ano pelo actual ministro da Cultura.

"Está-se a caminhar para algo, mas o grande problema continua a ser a ausência de uma política estrutural para esta área", sublinhou o presidente da APOM, que aponta ainda "falta de bom senso, diálogo e cooperação com as instituições que poderiam apoiar o Ministério da Cultura nesta matéria".

Sobre as medidas tomadas ao longo de um ano para o sector dos museus - que tem sofrido na última década um progressivo agravamento das dificuldades orçamentais e recursos humanos - João Neto define-as como "analgésicos".

"Há medicamentos para atenuar a dor e há medicamentos para curar a doença. É destes últimos que necessita a museologia em Portugal", apelou.

Defendeu um olhar mais aprofundado da tutela para a globalidade dos museus do país - incluindo os municipais e privados - e "não apenas os nacionais".

Questionado sobre a actividade desenvolvida pela Rede Portuguesa de Museus (RPM), entidade tutelada pelo MC que se dedica à credenciação e qualificação de todos os museus do país e que conta actualmente com cerca de 120 museus, o responsável apontou que "continua com dificuldades em aplicar as normas adequadas".

"A Rede Portuguesa dos Museus não deveria estar só nas mãos do Estado - defendeu - mas sim com uma administração tripartida que passe pelo Ministério da Cultura, a APOM e o ICOM" (International Council of Museums), organização não-governamental que possui uma representação em Portugal.

A APOM advoga ainda que parte do dinheiro dos jogos (como o Euromilhões) deveria ser "aplicada em bons projectos que incidam na área do património nacional".

Por seu lado, a Associação Portuguesa de Realizadores (APR) criticou o ministro da Cultura por não ter apresentado uma política para o cinema português ao fim de um ano de mandato. "Não houve medidas novas que instituíssem um sentido de renovação no sector", disse o vice-presidente da associação, o realizador Fernando Vendrell. Para aquela associação de realizadores, no último ano assistiu-se a uma "descaracterização do cinema e a uma invasão da televisão nos territórios do cinema" e ainda a uma "inconsequência na atribuição dos financiamentos".

"Com o mesmo dinheiro tentou fazer as mesmas ou até mais obras e isso reflectiu-se também nas condições de trabalho", lamentou o realizador, sublinhando que a associação entregou a Pinto Ribeiro um documento com propostas para o sector e do qual não obtiveram ainda respostas.

"O ministro não está dialogante e não faz parte da solução, mas do problema e a simpatia que temos pela pessoa não tem correspondência com uma dinâmica política para o sector", sublinhou.

Partidos e Alegre criticam em uníssono

O deputado comunista João Oliveira lamentou o desinvestimento do ministério da Cultura ao longo do último ano e o consequente aumento das dificuldades sentidas no sector. João Oliveira disse que "a redução das verbas para a Cultura inscritas no Orçamento de Estado para 2009 demonstrou um claro desinvestimento no sector", dando como exemplo um "retrocesso no apoio às artes", referindo-se à revisão do regulamento da Direcção-Geral das Artes, e criticou ainda o apoio a "projectos megalómanos, de grande envergadura", dando como exemplo a Colecção Berardo.

O deputado referiu ainda a "situação preocupante em que se encontra o património" e a possibilidade do cenário se agravar com a legislação relativa aos bens patrimoniais de domínio público.

Vasco Graça Moura, eurodeputado do PSD, qualificou o primeiro ano de José António Pinto Ribeiro à frente da pasta da cultura com nota 0,0.

"Tenho uma cordial relação de simpatia com o actual ministro da Cultura, mas considero que a sua prestação equivale a 0,0", disse à Lusa Vasco Graça Moura.

Também escritor, Graça Moura afirmou que o actual ministro "é um dos principais agentes do atentado à Língua Portuguesa que é o novo Acordo Ortográfico".

Graça Moura salientou também haver "sinais preocupantes relativamente ao património edificado", sem pormenorizar.

A vice-presidente do CDS-PP Teresa Caeiro também fez "um balanço claramente negativo" da actuação de José António Pinto Ribeiro e considerou que a situação nesta área não melhorou. Teresa Caeiro lembrou que quando tomou posse o ministro disse que "iria fazer mais e melhor com menos recursos". "Ora verificamos que não fez mais nem melhor e teve os mesmos recursos", considerou.

A ex-secretária de Estado da Artes e Espectáculos do Governo de Santana Lopes apontou alguns casos que lhe merecem críticas: "Estamos com atrasos no apoio às artes, estamos perante uma indefinição no funcionamento da OPART (estrutura que gere o Teatro Nacional de São Carlos e a Companhia Nacional de Bailado). Convém lembrar que o próprio ministro considerou que era anacrónica esta fusão de estruturas, até agora nem fez uma avaliação nem alterou o que quer que fosse", criticou.

A deputada indicou que também foram deixados cair projectos como o pólo em Portugal do Museu Hermitage (depois de um investimento de quase 2 milhões de euros numa exposição inicial) e o Museu do Mar da Língua.

Sobre este último, a dirigente do CDS-PP referiu que "numa primeira fase o ministro disse que teria de ser realizado até ao fim de 2008 para não perder verbas, depois quis fazer este museu na estação do Rossio, depois disse que propunha um restauro e renovação de todo o edifício do Museu de Arte Popular para aí instalar o Museu do Mar da Língua e finalmente desistiu do projecto".

Na área do património, Teresa Caeiro destacou que há cerca de 3 mil obras classificadas em todo o país, muitas das quais são património mundial classificado pela UNESCO que se encontram em situação de risco.

Sobre esta matéria, Pinto Ribeiro comprometeu-se hoje, em conversa com a Lusa, a "recuperar todo o património classificado pela UNESCO nos próximos três anos", acreditando também que, graças às medidas que implementa, "todo o património português seja recuperado entre cinco e dez anos".

"Em 2005, não estava nada feito em termos de diagnóstico e de carta de risco. Primeiro, foi desenvolvido um trabalho de levantamento da situação do património, sobretudo em relação a património classificado e monumentos nacionais", reconheceu Pinto Ribeiro.

José António Pinto Ribeiro tomou posse a 30 de Janeiro de 2008, substituindo no cargo Isabel Pires de Lima. Tal como afirmou na tomada de posse, Pinto Ribeiro continua hoje a afirmar que os baixos orçamentos para a cultura não são um problema e que é possível “fazer mais com menos”.

Segundo Pinto Ribeiro, tal não significa que "o ministério da Cultura não queira ter um orçamento maior", mas alarga o contexto e aplica a polémica frase a todas as áreas. "Se era um objectivo meu, hoje é ainda mais importante. Isto porque atravessamos uma crise sem precedentes. Isto significa que devia ser uma palavra de ordem de todos nós fazer mais e melhor com menos".

Mas não só a oposição se levanta nas críticas à gestão da cultura no último ano. O poeta e deputado socialista Manuel Alegre lamentou que o Ministério da Cultura (MC) continue a ter "uma dotação orçamental baixíssima", que se traduz, entre outros aspectos, "num grande desprezo pelo património".

"Não sou conta o mecenato, mas é uma responsabilidade fundamental do Estado recuperar e salvaguardar o património nacional, que é a pegada histórica de um povo", salientou.

Escusando-se a comentar a performance do ministro José António Pinto Ribeiro, o escritor preferiu centrar a sua avaliação nas prioridades do Governo para a área da cultura.

"A cultura não tem sido prioridade do Governo, daí os baixíssimos orçamentos", conclui Manuel Alegre, alertando para a degradação de alguns dos sectores mais importantes deste sector, como o património arquitectónico e os museus.

Lastimou os casos que têm vindo a público de degradação de património, como o Convento de Cristo, em Tomar, o Mosteiro da Batalha e a Sé Velha de Coimbra.

"Não percebo como o Estado tem tantos milhões para salvar um banco e não salva o património nacional do país. Parece que o património material está hoje acima do património histórico".
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