Já tinha registado isto numa das entrevistas que fiz para a minha dissertação de mestrado sobre a música portuguesa. No entanto, agora não como investigador, mas como reflexão interessada nesta matéria, acho que isto é tudo menos relevante para o inicio da resolução dos problemas ligados com a música em Portugal e muito menos com iniciativas em que a SPA esteja envolvida.
A Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) lançou dois concursos de incentivo à música portuguesa cujo objectivo central é dar uma oportunidade à música de qualidade habitualmente considerada «não comercial», disse hoje à agência Lusa o administrador-adjunto Pedro Osório.
Um dos concursos, que conta com a colaboração da Rádio e Televisão de Portugal, destina-se a apoiar a edição de três discos de três ambientes musicais diferentes, visando o outro premiar a composição de um fado e de uma canção, inéditos, e valorizar assim o papel do escritor de canções.
«A ideia do primeiro concurso é ser uma contra-corrente ao que está a acontecer ao mercado da música, que atravessa uma recessão muito violenta e que torna cada vez mais edifícil editar um disco», salientou o maestro Pedro Osório.
«O concurso foi iniciado no ano passado, mas, com a experiência e por acordo com a Rádio pública, foram-lhe introduzidas alterações e passou ser mais diversificado e a abranger três ambientes musicais» - explicou.
Assim, e correspondendo aos gostos das três antenas da RDP, haverá os prémios SPA/Antena 1, mais para música «pop» e «pop rock», SPA/Antena 3, para géneros que vão do hip-hop ao rock alternativo, e SPA/Antena 2, para música erudita e jazz, cada um deles no valor de 10.000 euros.
Podem concorrer todos os projectos que incluam exclusivamente obras de autores associados da SPA, devendo as obras premiadas enquadrar-se na programação da estação a cujo prémio concorrem.
Quanto ao segundo concurso, «a ideia foi valorizar o papel do autor na produção musical», segundo o administrador ajunto da SPA para a área da música.
Como hoje em dia, na produção musical, os produtores têm cada vez mais importância do que os criadores, este concurso visa directamente a música escrita, na forma de partitura para «voz e piano» ou «voz e cifra», sem exigir ao autor trabalho de pré- produção - salientou.
«Uma frase muito usada entre os músicos» - acrescentou - «é que uma boa canção funciona mesmo que seja só cantada com uma viola, num grupo de amigos. A produção deverá vir depois».
O objectivo do concurso é «dar espaço a uma criação livre e ao alcance de todo o bom criador», concluiu.
Tanto o fado como a canção vencedora receberão 3.000 euros de prémio.
Toda a informação sobre estes concursos pode ser consultada no site da SPA (http://www.spautores.pt).
Diário Digital / Lusa
19-07-2007
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