O anúncio foi feito na abertura do 1.º Congresso Nacional da Propriedade Intelectual, que irá decorrer até quinta-feira na Fundação Calouste Gulbenkian, organizado pelo Observatório de Prospectiva da Engenharia e da Tecnologia (OPET) e pela sociedade de advogados PLMJ e Associados.
No final da primeira sessão plenária, Valadares Tavares, presidente do congresso, explicou à agência Lusa que este primeiro encontro nacional dedicado à reflexão e debate sobre esta área servirá também para recolher inscrições de especialistas no Observatório Permanente da Propriedade Intelectual, que deverá reunir-se pela primeira vez em Setembro ou Outubro deste ano.
O responsável, professor do Instituto Superior Técnico (IST), avançou ainda que o Observatório Permanente da Propriedade Intelectual «vai reunir-se periodicamente e apresentar propostas ao Governo, às associações patronais e às empresas».
Nesta primeira sessão plenária do congresso, sobre «A Propriedade Intelectual e a Economia do Conhecimento», Valadares Tavares defendeu que «a sociedade deve explicar de forma clara e transparente os direitos de propriedade» e lamentou que nos estabelecimentos de ensino «não se esteja a estimular os alunos a respeitar a propriedade intelectual».
Valadares Tavares considera que Portugal «vive ainda um modelo de desenvolvimento de economia industrial, que tem vindo a falir, em vez de uma economia do conhecimento, que funciona numa lógica sem fronteiras, de globalização, rapidez, estímulo à inovação e valorização da propriedade intelectual».
João Picoito, representante da Nokia-Siemens, também orador nesta sessão, referiu que apenas um por cento do Produto Interno Bruto do país é aplicado na área da investigação e desenvolvimento, sendo 80 por cento do Estado e apenas 20 por cento de investimento privado.
Na sexta-feira, no Anfiteatro da Sociedade Portuguesa de Autores, decorrem dois workshops organizados no âmbito do congresso, nomeadamente sobre «Jurisprudência recente em Propriedade Intelectual» e «Indemnizações em Propriedade Intelectual».
Diário Digital / Lusa
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