segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Salas de espectáculos custam quase 20 milhões

Viana do Castelo constrói Coliseu. Ponte de Lima quer Multiusos em Arcozelo
00h47m
LUÍS HENRIQUE OLIVEIRA

O Coliseu de Viana do Castelo e o Multiusos de Ponte de Lima apresentam-se como as principais apostas, em termos de investimento, por parte das autarquias do Vale do Lima. O primeiro deverá estar concluído já no próximo ano.

São empreitadas vultuosas, cujos valores chegam a assombrar. Ao todo, as salas de espectáculos que Viana do Castelo e Ponte de Lima pretendem erguer junto ao rio que banha os dois concelhos totalizam perto de 20 milhões de euros. Há muito ansiados pelos respectivos executivos camarários, os espaços apresentam-se como as principais apostas, em termos de investimento, a realizar pelas duas autarquias do Vale do Lima.

Relativamente ao Coliseu de Viana do Castelo, projecto inicialmente designado pela autarquia por Pavilhão Multiusos, a proposta viria, mesmo, a constituir o pomo de discórdia do Plano de Actividades do município para o corrente ano, merecendo fortes críticas da Oposição, que aludiu à proposta como "faraónica".

O PSD considerou, então, que a construção do Coliseu "poderá ditar a ruína financeira" da autarquia, não acreditando os eleitos por aquela força política que o edifício - cujo projecto foi concebido pelo arquitecto Souto Moura - fique pelos 11,2 milhões de euros orçamentados. "É obra que terá um custo financeiro enormíssimo", referiu, então, o PSD. Em resposta, o líder do Executivo, Defensor Moura (PS), afiançou tratar-se de uma "obra necessária" a Viana do Castelo, dando conta que o financiamento do Coliseu "está garantido" com a venda, ou aluguer, ao Estado, de fracções dos imóveis erguidos na contígua Praça da Liberdade. "E, se necessário for, com a contracção de empréstimo, uma vez que a capacidade de endividamento da autarquia está muito aquém do limite", referiu.

Iniciada em Janeiro passado, a construção do Coliseu deverá estar concluída até finais do próximo ano, estima a autarquia vianense, dando conta que a obra sofreu "um atraso de seis meses", devido à providência cautelar interposta por uma empresa de Braga, que viria a ser preterida no concurso, apesar de ter formulado uma proposta mais barata em cerca de milhão e meio de euros. Contudo, a escolha recaiu sobre o o consórcio formado pelas firmas Alberto Martins Mesquita e Painhas SA, que apresentou o preço de 11,297 milhões de euros.

Mais atrasado encontra-se o Multiusos de Ponte de Lima, equipamento destinado a acolher cerca de 1350 pessoas, que a câmara quer situar em Arcozelo. Mais concretamente, na Quinta de Antepaço, uma área com 42 mil metros quadrados de área, adquirida, no ano passado, pelo município. O concurso internacional com vista à edificação do equipamento foi aberto em Janeiro passado, estimando a autarquia limiana que a obra venha a custar 7,5 milhões de euros.

Ao que o JN conseguiu apurar, a concurso ter-se-ão apresentado quatro empresas. Porém, uma das firmas preteridas terá contestado a decisão, encontrando-se, actualmente, sob análise, o projecto do Centro de Congressos e Pavilhão Multiusos de Ponte de Lima. Segundo o executivo limiano, o concelho pretende um equipamento "para receber grandes produções, da ópera ao teatro".

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