18.09.2008, João Pedro Pereira
Os pais compreendem os benefícios da Internet, mas temem os riscos e tentam controlar o acesso, diz estudo
A televisão está a perder importância para os jovens portugueses. Para a maioria, a Internet é a principal forma de ocupação dos tempos livres quando estão em casa e o telemóvel é o aparelho de que mais sentiriam a falta.
As conclusões são de um estudo da investigadora Célia Quico, apresentado esta semana no âmbito do doutoramento em Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa. A dissertação (cuja defesa foi transmitida em directo pelo portal Sapo) integra um inquérito feito a 962 jovens dos 12 aos 18 anos, a observação do quotidiano de dez famílias portuguesas e um outro estudo com 77 alunos entre os 12 e os 20 anos.
Uma das principais tendências, observou a investigadora, é a secundarização da televisão. "Ver televisão é uma actividade importante e significativa no quotidiano, mas secundária em comparação com o uso e importância atribuída à Internet e ao telemóvel." No entanto, nota Célia Quico, os jovens tendem a adoptar uma postura multitarefa - ou seja, usam a Internet enquanto vêem televisão, ouvem música e executam outras actividades.
Estar em frente à televisão também já não é uma actividade exclusivamente passiva: um em cada quatro dos inquiridos afirmou já ter feito uma chamada telefónica para um programa televisivo. E mais de 35 por cento fizeram pesquisas na Web sobre um programa ou canal.
Em relação ao uso da Internet, Célia Quico defende haver a "emergência de uma cultura participativa", na qual os jovens mantêm blogues, criam e partilham fotografias e vídeos. Os programas de conversação também são populares e praticamente um em cada cinco acede diariamente a uma rede social on-line, como o Hi5.
A investigadora registou haver nos pais uma "ambivalência" em relação à Internet: "Consideram que esta é uma ferramenta de grande utilidade, mas manifestam a sua preocupação quanto aos riscos". Em algumas das famílias observadas, era limitado o tempo máximo de utilização.
Já o telemóvel foi indicado pelos jovens como a tecnologia de que mais sentiriam falta. Em segundo lugar está a Internet e só em terceiro a televisão. Os SMS e as chamadas são as actividades mais frequentes, mas cerca de 45 por cento dizem enviar mensagens de vídeo pelo menos três vezes por semana e um em cada quatro usa o telemóvel para aceder à Internet.
Confrontada com o facto de o uso das tecnologias de informação poder ser uma actividade eminentemente individual, Célia Quico nega o risco de isolamento social. "Os jovens usam estes meios como forma de potenciar a sociabilidade. O uso da tecnologia não vai isolá-los."
Fonte: Público
As conclusões são de um estudo da investigadora Célia Quico, apresentado esta semana no âmbito do doutoramento em Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa. A dissertação (cuja defesa foi transmitida em directo pelo portal Sapo) integra um inquérito feito a 962 jovens dos 12 aos 18 anos, a observação do quotidiano de dez famílias portuguesas e um outro estudo com 77 alunos entre os 12 e os 20 anos.
Uma das principais tendências, observou a investigadora, é a secundarização da televisão. "Ver televisão é uma actividade importante e significativa no quotidiano, mas secundária em comparação com o uso e importância atribuída à Internet e ao telemóvel." No entanto, nota Célia Quico, os jovens tendem a adoptar uma postura multitarefa - ou seja, usam a Internet enquanto vêem televisão, ouvem música e executam outras actividades.
Estar em frente à televisão também já não é uma actividade exclusivamente passiva: um em cada quatro dos inquiridos afirmou já ter feito uma chamada telefónica para um programa televisivo. E mais de 35 por cento fizeram pesquisas na Web sobre um programa ou canal.
Em relação ao uso da Internet, Célia Quico defende haver a "emergência de uma cultura participativa", na qual os jovens mantêm blogues, criam e partilham fotografias e vídeos. Os programas de conversação também são populares e praticamente um em cada cinco acede diariamente a uma rede social on-line, como o Hi5.
A investigadora registou haver nos pais uma "ambivalência" em relação à Internet: "Consideram que esta é uma ferramenta de grande utilidade, mas manifestam a sua preocupação quanto aos riscos". Em algumas das famílias observadas, era limitado o tempo máximo de utilização.
Já o telemóvel foi indicado pelos jovens como a tecnologia de que mais sentiriam falta. Em segundo lugar está a Internet e só em terceiro a televisão. Os SMS e as chamadas são as actividades mais frequentes, mas cerca de 45 por cento dizem enviar mensagens de vídeo pelo menos três vezes por semana e um em cada quatro usa o telemóvel para aceder à Internet.
Confrontada com o facto de o uso das tecnologias de informação poder ser uma actividade eminentemente individual, Célia Quico nega o risco de isolamento social. "Os jovens usam estes meios como forma de potenciar a sociabilidade. O uso da tecnologia não vai isolá-los."
Fonte: Público
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